Resumo: Livro Esaú e Jacó
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Resumo: Livro
RESUMO
CONTEXTO
ANÁLISE
PERSONAGENS
RESUMO
Esaú e Jacó começa com a visita de Natividade, grávida de gêmeos, e sua irmã, Perpétua, a uma cabocla do Morro do Castelo. A futura mãe queria conhecer o destino dos filhos gêmeos, Pedro e Paulo. A previsão da cabocla é animadora: “serão grandes”. Isso, porém, não é suficiente para desfazer a inquietação de Natividade, que se preocupa com as possíveis brigas dos irmãos ainda no ventre.
Ao chegar em casa, a mulher relata as previsões a Santos, seu marido. O homem fica feliz, mas resolve procurar o amigo e mestre espírita Plácido para saber sobre as brigas. O amigo o tranquiliza, afirmando os meninos seriam grandes homens e por isso brigavam antes mesmo do nascimento.
Pedro e Paulo crescem idênticos fisicamente, mas completamente diferentes na personalidade. Paulo, republicano, ingressa na faculdade de Direito, e Pedro, monarquista, cursa Medicina. Ambos encantam-se por Flora, filha do político oportunista Batista e de Dª Cláudia. Com a nomeação de Batista para presidente de uma província do norte, a jovem, dividida entre os gêmeos, se desespera, sem querer deixar o Rio. Com a proclamação da república, a moça acaba permanecendo na cidade. No entanto, ainda indecisa, resolve ir para a casa da Rita, irmã do Conselheiro Aires, e assim ter mais tempo para escolher um dos irmãos. Antes de decidir, a jovem adoece e morre. Os irmãos sofrem, mas logo dão curso às suas carreiras.
Os dois se enfrentam na vida política como deputados em lados opostos no parlamento. Com a morte de Natividade, atendendo a seu último pedido, cessam os desentendimentos. A paz dura pouco, logo os irmãos voltam a trocar farpas e terminam separados.
CONTEXTO
Sobre o autor
Machado de Assis é um dos mais importantes prosadores da literatura brasileira. Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras e foi perspicaz na crítica social ao seu tempo, não só nos aspectos estritamente políticos, mas em todos os âmbitos da atividade humana (religião, fé, ciência, comportamento e dogmas). É um dos precursores da prosa moderna brasileira, o autor mais completo de nossas letras.
Machado de Assis é um dos mais importantes prosadores da literatura brasileira. Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras e foi perspicaz na crítica social ao seu tempo, não só nos aspectos estritamente políticos, mas em todos os âmbitos da atividade humana (religião, fé, ciência, comportamento e dogmas). É um dos precursores da prosa moderna brasileira, o autor mais completo de nossas letras.
Importância do livro
Esaú e Jacó, penúltimo livro escrito por Machado de Assis, destaca-se pela narrativa consciente, segura, aliando perfeitamente o tom irônico e despretensioso à análise da fatalidade da condição humana. Sua maior importância se deve ao fato de ser o romance em que o autor examina as transformações políticas e sociais de modo mais denso. Nele, Machado compõe uma síntese do Brasil às vésperas da proclamação da república, um consistente retrato do espírito da época.
Esaú e Jacó, penúltimo livro escrito por Machado de Assis, destaca-se pela narrativa consciente, segura, aliando perfeitamente o tom irônico e despretensioso à análise da fatalidade da condição humana. Sua maior importância se deve ao fato de ser o romance em que o autor examina as transformações políticas e sociais de modo mais denso. Nele, Machado compõe uma síntese do Brasil às vésperas da proclamação da república, um consistente retrato do espírito da época.
Período histórico
Publicado em 1904, o livro foi escrito em uma época de transição na política brasileira, o país deixa de ser uma monarquia para ser uma república.
Publicado em 1904, o livro foi escrito em uma época de transição na política brasileira, o país deixa de ser uma monarquia para ser uma república.
ANÁLISE
Machado de Assis, ao longo de sua obra, nunca deixou de tocar em questões de cunho social, de forma profunda e ironicamente mordaz. É na narrativa de Esaú e Jacó, entretanto, que o Bruxo do Cosme Velho vai fundo na crítica à conformação política do país, denunciando o jogo de interesses que antecederam a proclamação da república no Brasil.
O que é mais significativo em sua obra é a maneira como consegue, explorando essa divergência política aparente, transcender a crítica simplesmente política. Consegue assim, chegar ao trato estético da questão dos dualismos falsamente contraditórios, mas que não passam de aparência.
Manuscrito do livro Esaú e Jacó (Foto: Reprodução / Academia Brasileira de Letras)
No livro, o autor trata também, de forma muito sutil, do conflito entre fé, ciência e religião, em voga no início do século. Na época, as descobertas da ciência experimental, o advento do materialismo e a redefinição do homem acabaram causando uma sensação de desencantamento, instaurando um ceticismo desesperado.
Logo nos primeiros capítulos, o conflito apresentado, ainda que de forma ironicamente branda, gira em torno da crença. Pode-se inferir que, entre os espaços de crença (o barracão da cabocla e a igreja) se coloque o espiritismo, na figura de Plácido, como tentativa de estabelecer a união entre fé e ciência, o que pelo vazio de suas colocações, não se alcança.
Machado, relativista, mostra que o destino do homem permanece uma questão de fé, tanto para a religião quanto para a própria ciência. O mesmo ocorre com a república e a monarquia, já que a disputa entre ambas é aqui levantada como mera questão partidária, de interesse de grupos políticos que não são diferentes na aparência e representam mera troca de poder. Atente-se para como Machado compõe Pedro e Paulo nessa perspectiva, diferentes, mas análogos, e como, nesse jogo de contraditórios, Flora, metonímia do Brasil, se confunde e definha. A interlocução direta do narrador ao leitor acentua sua consciência de versão, de ficção.
PERSONAGENS
Pedro: Jovem monarquista. Formado em medicina, apaixona-se pela jovem Flora e a disputa com seu irmão. É amigo do Conselheiro Aires, por quem tem grande estima. Torna-se deputado republicano conservador e, no fim da narrativa, rompe laços com seu irmão.
Paulo: Irmão gêmeo de Pedro, republicano, formado em direito. Como o irmão, apaixona-se por Flora e a disputa com ele. Sofre com a morte da amada. É amigo do conselheiro Aires. Elege-se deputado reformista ao final da narrativa, rompendo definitivamente laços com Pedro.
Flora: Jovem misteriosa, firme e ingênua a um só tempo. Apaixona-se pelos gêmeos Pedro e Paulo. Indecisa, acaba ficando perturbada mentalmente e morrendo. Pode ser entendida como a metonímia do Brasil, sem esperança entre os jogos de interesse políticos.
Natividade: Mãe de Pedro e de Paulo, Natividade é uma mulher forte e condescendente. Viveu para os filhos, os amigos e a família. Tentou, em vão, estabelecer a paz entre os gêmeos, sonhando toda a vida com a “grandiosidade” anunciada pela cabocla.
Conselheiro Aires: Conselheiro do império, Aires é um homem viajado, diplomata experiente e tido em alta conta pelos amigos. É quem auxilia Natividade na campanha de paz entre os gêmeos e ajuda Flora a lidar com seu sofrimento. É refinado, discreto e um tanto cético.
Santos: Pai de Pedro e Paulo, marido de Natividade. Homem de origem humilde, que fez fortuna com usura e tornou-se banqueiro. De fé duvidosa, converte-se ao espiritismo.
Batista: Pai de Flora e marido de D. Cláudia. É um oportunista, sem opinião firme e influenciável facilmente. Considera-se conservador, mas quando se dá a queda destes, alia-se aos liberais. Não consegue ter o seu sonhado retorno à política concretizado.
D. Cláudia: Mãe de Flora e mulher de Batista. Mulher superficial, interesseira e fútil. Está sempre buscando maneiras de reconduzir o marido à política, para reaver a satisfação pessoal.
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