Resumo: Livro Várias Histórias (Machado de Assis)
Hábil observador da psicologia feminina, Machado aponta-lhes as graças, as incertezas, os desencantos, as aspirações, os amores... Tendo como cenários os salões em que conviviam os elementos das camadas mais privilegiadas, o escritor consegue reconstruir o modo de vida, os arranjos casamenteiros, os casos de adultério e o cotidiano dessa gente, com recursos das crônicas de costumes do século XIX. Entre os contos que compõem esse grupo têm-se: · A Cartomante Narrado em terceira pessoa, traz o relato de um caso de adultério, envolvendo a bela Rita, seu marido Vilela e seu amante Camilo, um amigo de infância de seu marido. Camilo recebe uma carta anônima, informando-lhe que seu relacionamento com Rita já é conhecido de todos. Isto o leva a não mais freqüentar a casa do amigo, fato que faz Rita ficar temerosa de que Camilo não mais a amava. Consulta uma cartomante, que a tranqüiliza, afirmando serem infundados seus temores. Quando os dois voltam a se encontrar, Rita lhe conta a visita à cartomante; Camilo ri de sua ingenuidade, diz-lhe que seria melhor consultar a ele do que a cartomante.
Certo dia, Camilo recebe um recado de Vilela: “Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora”. Camilo fica temeroso e indeciso; porém, não ir apenas confirmaria as suspeitas de Vilela, caso este tivesse recebido alguma denúncia. Resolve ir; quando passa em frente à casa da cartomante, pára e faz uma consulta. A cartomante lhe assegura que nada aconteceria, nada devia temer, pois o marido ignorava tudo.
Agora, mais tranqüilo e confiante, chega à casa de Vilela e pergunta-lhe qual o motivo do recado: “Vilela não lhe respondeu: tinha as feições decompostas; fez-lhe sinal, e foram para uma saleta interior. Entrando, Camilo não pôde sufocar um grito de terror: - ao fundo, sobre o canapé, estava Rita morta e ensangüentada. Vilela pegou-o pela gola, e, com dois tiros de revólver, estirou-o morto no chão”.
· A Desejada das Gentes Partindo de uma conversa, o narrador-personagem, homem já de cabelos grisalhos, rememora um caso de amor com uma certa Quitília, mulher de cerca de trinta anos, que jamais abriu seu coração a qualquer um de seus inúmeros pretendentes, inclusive o narrador, porque tinha verdadeira aversão ao casamento. As excentricidades dessa mulher, no entanto, não deixam de revelar a existência de um verdadeiro amor pelo narrador, tanto que eles se casam no último momento da vida dela, sem que houvessem partilhado o leito nupcial.
· Trio em Lá Menor
Narrado em terceira pessoa, o conto segue o andamento musical, dividido em quatro movimentos: adágio cantabile, allegro ma non troppo, allegro apassionato e minueto. Em busca do verdadeiro amor, Maria Regina não consegue decidir-se entre um e outro de seus dois pretendentes. Maciel, homem frívolo, conhecedor profundo do que a sociedade oferecia para as boas e más línguas e que, principalmente, não tardava a espalhar os fatos. Maciel era um moço de seus vinte e sete anos. Do outro lado está Miranda, entrando nos cinqüenta, de fisionomia dura, homem sério com seus encantos e enfados. A moça não conseguia decidir-se por nenhum deles, com a particularidade de, na presença de um, ter a imaginação constantemente voando para as qualidades do outro e vice-versa, e, assim, ambos se completavam. Na sua busca pela perfeição, Maria Regina é condenada a ficar sem nenhum deles. · Mariana Tendo como motivo um caso de amor, o narrador em terceira pessoa relata a volta de Evaristo para o Rio de Janeiro, após dezoito anos na Europa, para onde partira depois do fim de seu caso amoroso com Mariana. Ao retornar, volta ao mesmo lugar onde anos atrás era correspondido em seu amor por essa mulher, casada com Xavier. Na mesma sala, sob um retrato em que ela estava representada com vinte anos, Evaristo sente reviver o amor, envolve-se no passado comovente, como se os tempos se irmanassem. No passado, ela casa, ele o amante que convivia com a dúvida de se saber amado ou não, Xavier o marido; no presente, Xavier à beira da morte, o retrato da sala revivendo o passado e a mulher, indiferente. Após a morte de Xavier, Evaristo tenta se encontrar com Mariana, mas ela não se deixa alcançar. Mariana é um caso de relacionamento: amou o marido sinceramente, amou Evaristo também sinceramente, a ponto de quase cometer suicídio por ele e, no final da vida, dedicou-se sinceramente ao marido morto. Evaristo retorna à Europa a tempo de assistir a um espetáculo teatral que, por sinal, foi um fracasso, na mesma medida que seu caso de amor. Só lhe restou a vida fútil.
· D. Paula
Certo dia, Camilo recebe um recado de Vilela: “Vem já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora”. Camilo fica temeroso e indeciso; porém, não ir apenas confirmaria as suspeitas de Vilela, caso este tivesse recebido alguma denúncia. Resolve ir; quando passa em frente à casa da cartomante, pára e faz uma consulta. A cartomante lhe assegura que nada aconteceria, nada devia temer, pois o marido ignorava tudo.
Agora, mais tranqüilo e confiante, chega à casa de Vilela e pergunta-lhe qual o motivo do recado: “Vilela não lhe respondeu: tinha as feições decompostas; fez-lhe sinal, e foram para uma saleta interior. Entrando, Camilo não pôde sufocar um grito de terror: - ao fundo, sobre o canapé, estava Rita morta e ensangüentada. Vilela pegou-o pela gola, e, com dois tiros de revólver, estirou-o morto no chão”.
· A Desejada das Gentes Partindo de uma conversa, o narrador-personagem, homem já de cabelos grisalhos, rememora um caso de amor com uma certa Quitília, mulher de cerca de trinta anos, que jamais abriu seu coração a qualquer um de seus inúmeros pretendentes, inclusive o narrador, porque tinha verdadeira aversão ao casamento. As excentricidades dessa mulher, no entanto, não deixam de revelar a existência de um verdadeiro amor pelo narrador, tanto que eles se casam no último momento da vida dela, sem que houvessem partilhado o leito nupcial.
· Trio em Lá Menor
Narrado em terceira pessoa, o conto segue o andamento musical, dividido em quatro movimentos: adágio cantabile, allegro ma non troppo, allegro apassionato e minueto. Em busca do verdadeiro amor, Maria Regina não consegue decidir-se entre um e outro de seus dois pretendentes. Maciel, homem frívolo, conhecedor profundo do que a sociedade oferecia para as boas e más línguas e que, principalmente, não tardava a espalhar os fatos. Maciel era um moço de seus vinte e sete anos. Do outro lado está Miranda, entrando nos cinqüenta, de fisionomia dura, homem sério com seus encantos e enfados. A moça não conseguia decidir-se por nenhum deles, com a particularidade de, na presença de um, ter a imaginação constantemente voando para as qualidades do outro e vice-versa, e, assim, ambos se completavam. Na sua busca pela perfeição, Maria Regina é condenada a ficar sem nenhum deles. · Mariana Tendo como motivo um caso de amor, o narrador em terceira pessoa relata a volta de Evaristo para o Rio de Janeiro, após dezoito anos na Europa, para onde partira depois do fim de seu caso amoroso com Mariana. Ao retornar, volta ao mesmo lugar onde anos atrás era correspondido em seu amor por essa mulher, casada com Xavier. Na mesma sala, sob um retrato em que ela estava representada com vinte anos, Evaristo sente reviver o amor, envolve-se no passado comovente, como se os tempos se irmanassem. No passado, ela casa, ele o amante que convivia com a dúvida de se saber amado ou não, Xavier o marido; no presente, Xavier à beira da morte, o retrato da sala revivendo o passado e a mulher, indiferente. Após a morte de Xavier, Evaristo tenta se encontrar com Mariana, mas ela não se deixa alcançar. Mariana é um caso de relacionamento: amou o marido sinceramente, amou Evaristo também sinceramente, a ponto de quase cometer suicídio por ele e, no final da vida, dedicou-se sinceramente ao marido morto. Evaristo retorna à Europa a tempo de assistir a um espetáculo teatral que, por sinal, foi um fracasso, na mesma medida que seu caso de amor. Só lhe restou a vida fútil.
· D. Paula
D. Paula é um senhora viúva que mora no alto da Tijuca e raramente sai de casa. A razão de estar na casa da sobrinha no início do conto é para tentar salvar o casamento da moça. Venancinha, a sobrinha, brigou muito feio com o marido devido ao ciúme dele, porque o marido a julga apaixonada por outro homem. Realmente, Venancinha estava sendo cortejada por Vasco Maria Portela, filho de um mesmo Vasco que outrora havia cortejado a tia. Forçando uma confissão, D. Paula vai revivendo o passado. Na medida em que flui o relato da sobrinha, o leitor vai conhecendo a solidão amargurada da protagonista, que salvou sua sobrinha do mesmo tipo de vida.
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