Resumo: Livro Um Certo Capitão Rodrigo

Um Certo Capitão Rodrigo
Érico Veríssimo
Aqui está um dos capitães mais famosos neste País..... É a personagem gaúcha de maior presença no romance brasileiro e se perfila entre as perfeitas criaturas da novelística moderna.

 Um Certo Érico Veríssimo

A novela "Um Certo Capitão Rodrigo" , é uma parte do livro "O Tempo e o Vento", do escritor gaúcho Érico Veríssimo (1905-1975) escrito na segunda fase da carreira do escritor.

Além de o O Tempo e o Vento (48, 51, 61), outras obras de Veríssimo foram "Clarissa",
em 1933, seguindo-se "Música ao Longe"(35); Caminhos CruzadosUm Lugar ao Sol"(36);
"Olhai os Lírios do Campo"(1938); "Saga"(40) e "O Resto é Silêncio"(43); "O Prisioneiro"(67), "O Senhor Embaixador" (65) e "Incidente em Antares" (71); Noite; Em 73 publicou seu
livro de memórias: "Solo de Clarineta" e outras coisas: livros infantis, roteiros de viagem, etc.

A obra "O Tempo e o Vento" possui um cunho histórico-regionalista que destaca um panorama da história do Rio Grande do Sul.
A reconstituição das origens e os episódios da formação social desde os séculos XVIII / XIX até a Segunda metade do século XX.

É um livro que agrupa três blocos ou três volumes:



I- O Continente


(1948-Inclui as novelas: "O Sobrado", "Ana Terra" e "Um Certo Capitão Rodrigo"). Onde destaca a colonização do Rio Grande do Sul. Guerrilhas, assaltos dos espanhóis da fronteira. Formação de cidades, estabelecimento das oligarquias.
Essas novelas são unidas por cantos (poéticos) folclóricos / populares. A região de Santa Fé é ponto de convergência e irradiação. As famílias Amaral, Terra e posteriormente os Terra-Cambará envolvem-se em brigas mirabolantes políticas e pessoais. Federalistas
versus republicanos (1893).



II- O Retrato


(1951). Segunda parte da trilogia aborda os anos de 1909 a 1915. O panorama dos dois séculos anteriores desenvolve-se, amplia-se e sugere o princípio do Estado Novo.
Rodrigo Cambará é getulista , vive entre Santa Fé e Rio de Janeiro. Percebe-se por toda a
narrativa o foco sobre a degradação lenta e progressiva dos valores morais rio-grandenses.



III-O Arquipélago


(1961) Santa Fé novamente serve de ambientação. O ano é 1945.
O sobrado dos Cambarás se transforma em "Ilhas" de incomunicabilidade. Veríssimo joga
com o tempo nos diversos níveis na narrativa. No capítulo final, Floriano Cambará começa
a escrever o romance que seria intitulado "O Tempo e o Vento".

O que notamos em Érico é o uso convencional da linguagem e que ele vacila um pouco
na concepção dos personagens.

Em "Um Certo Capitão Rodrigo", por exemplo, vemos uma forte influência naturalista que se alastra por todo o romance, contaminando-o com um materialismo impressionante.
A ótica panfletária permeia uma estética que beira o romantismo o tempo todo. Em 28 capítulos acompanhamos a chegada do Capitão Rodrigo a Santa Fé.

Ele é obcecado por sexo e por levar uma vida selvagem, o que não o impede de conspirar contra
o governo imperial (Pedro I e Pedro II), por pura diversão, como ele mesmo afirma várias vezes.

Casa-se com Bibiana Terra, neta de Ana Terra, têm com ela três filhos:
Bolívar, Leonor e uma que morreu, Anita. Na morte desta menina Rodrigo, um homem que
pensava muito no próprio prazer, estava bebendo, jogando e divertindo-se e seu comentário
quando foram chamá-lo foi : "Que morra!".

Bibiana tem "boca carnuda, lábio inferior mais espesso que o superior, faces coradas como
uma fruta madura, seios pontudos, rijos e quentes . Apalpá-los seria o mesmo que apertar
duas goiabas maduras"- não satisfeito em comparar homens a animais, Érico
vegetaliza seus personagens.

A "potranquinha arisca" é devota de Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos santa-fezenses. Como esposa é completamente submissa até em relação ao adultério, cachaça, jogo,
vagabundagem: "Ele é meu marido e eu gosto dele". Ela é filha de família importante, os Terra, rivais dos Amarais , que dominavam a região. Os costumes do Rio Grande do Sul, comidas,
roupas etc, são exibidos de forma dinâmica.

Rodrigo Cambará é ateu convicto: "Se Deus é grande, a vontade de viver é maior".
Pai decidido: Se o filho lhe sair maricas, ele diz: "Atiro nele no primeiro perau que encontrar
no caminho". Sobre a escravidão argumenta: "Sou contra só por uma coisa: não gosto de ver
homem rebaixado por homem. Ele representa o herói extremista: Luta contra os desmandos
das portuguesada de Pedro I, enfrenta os chefes políticos, e morre em combate durante uma revolução. Inicia-se o clã dos Cambará- Terra, a partir dos seus filhos. A saga continua.



Um Certo Capitão Rodrigo


O sexto capítulo da parte ou volume O Continente da trilogia cíclica O Tempo e o Vento.
Santa Fé, 1828.

Chega a Santa Fé o Capitão Rodrigo Cambará. Tinha 30 anos e participara de várias guerras,
em 18811, 1817, 1821 e 1825. Faz amizade com Juvenal Terra. Conhece Bibiana quando
esta vai ao cemitério colocar flores na sepultura de sua avó, Ana Terra. Rodrigo decide
permanecer em Santa Fé.
A conselho do padre Lara, o vigário, vai pedir permissão à autoridade da região, coronel Ricardo Amaral Neto. O coronel, alegando não ser a vila lugar para pessoas como ele, pede que vá embora. Mas o capitão está disposto a ficar. Bibiana Terra o impressionara. Ficava horas a fio olhando para sua casa, na esquina da praça.
Por causa da jovem, Bento Amaral e Rodrigo desentenderam-se numa festa.
Sobem a coxilha para um duelo. Rodrigo é atingido por um tiro disparado por um capanga de
Bento Amaral. Juvenal acolhe o Capitão Rodrigo, muito ferido, em sua casa. Restabelecido, ele casa-se com Bibiana em 1829.
Rodrigo passa a trabalhar com Juvenal. Abrem um armazém com mantimentos que trazem d
e Rio Pardo.
Nascem Bolívar e Anita, filhos de Bibiana e Rodrigo, e Florêncio, filho de Juvenal e Arminda.

Em 1833, chegam a Santa Fé imigrantes alemães. São eles Erwin Kunz e Hans Schultz e
suas famílias. Instalam-se em pequenos ranchos nos arredores da vila.

Capitão Rodrigo não consegue acostumar-se à pacata vida de Santa Fé. Joga, envolve-se com
outras mulheres, trabalha pouco. Sua filha Anita, morre sem que ele viesse para socorrê-la.

Inicia-se a Revolução Farroupilha e Rodrigo vai para as batalhas. No ano de 1836, os
legalistas atacam a vila. Acompanha-os Rodrigo, que se encontra com Bibiana,
à sua espera em casa.
O grupo toma o casarão dos Amaral, mas Rodrigo morre atingido no peito por uma bala.

Dona Picucha Terra Fagundes, filha de Horácio Terra, conta histórias de seus novos heróis - Garibaldi, Bento Gonçalves e Canabarro. E fala das guerras que tomaram conta
do Rio Grande e levaram seus filhos.

"Sou valente com as armas,
sou guapo como um leão,
índio velho sem governo,
Minha lei é coração."



Capitão Rodrigo - 03


Aqui está um dos capitães mais famosos neste País e por aí a fora. É a personagem gaúcha de
maior presença no romance brasileiro; é uma das mais altas de toda a ficção nacional; ou ainda: Rodrigo Cambará se perfila entre as perfeitas criaturas da novelística moderna.
Tem vida como vivente legítimo, vida livre e tumultuada, cheia de atos e cheia de símbolos.

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